Storytelling na gastronomia: dicas e inspirações para fazer

Descubra como histórias autênticas transformam pratos em experiências e clientes em fãs. Aprenda tudo sobre storytelling na gastronomia.

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Homem com barba e óculos tomando café da manhã com pão e refrigerante em cafeteria moderna e aconchegante.

Ao contar histórias por trás dos pratos do seu cardápio, apresentar a origem dos ingredientes ou falar sobre a trajetória do seu restaurante no menu, você está criando um storytelling.

E essa técnica lhe permite desenvolver uma conexão emocional com os consumidores, despertar a curiosidade do público-alvo da sua marca e fazer com que todos sintam serem parte de algo especial.

Se você não quer vender apenas comida, mas momentos memoráveis, sabores e significados, experimente aderir ao storytelling – e faça isso de forma autêntica! Siga em frente neste artigo para descobrir como.

O que é storytelling? Significado e aplicação

O termo “storytelling” vem do inglês e, na tradução para o português, quer dizer “contar histórias”. No marketing, essa palavra é usada para definir a construção de uma história envolvente por parte de uma marca.

E essa história precisa comunicar os valores, o propósito e a essência da marca, além de marcar presença em cada detalhe.

Por que o storytelling é tão importante na gastronomia?

Quem transforma o storytelling em parte fundamental do marketing gastronômico vai criando uma marca capaz de ficar marcada na memória e no coração do consumidor.

  • Uma receita carrega uma inspiração, e ela é explicada em palavras no cardápio
  • Quem prepara os pratos tem uma história da infância que acaba dando um significado especial à receita e isso aparece num pequeno quadro na parede do restaurante (junto com uma foto verdadeira do passado do(a) chef!)
  • O dono decide homenagear seu irmão por uma razão especial e faz isso através da criação do drink, orientando o mixologista ou bartender a contar a história enquanto prepara a bebida à frente do cliente
  • Os grãos de um café coado delicioso têm origem na plantação do Seu José, pequeno produtor do Espírito Santo, e um vídeo em destaque nas redes sociais mostra todo o caminho até a chegada da xícara à mesa do cliente

E o estabelecimento deixa de ser apenas um ponto de venda.

Aquilo que poderia ser só mais um restaurante ou uma marca genérica passa a ter (e mostrar que tem!) personalidade e propósito.

A melhor coisa do storytelling é que há espaço de sobra para aplicá-lo!

Como começar a contar uma história de um negócio?

Aja a partir destas primeiras etapas:

  1. Defina o propósito do negócio e do storytelling propriamente dito – por que o restaurante existe e como você quer que o cliente se sinta ao saber detalhes de sua história e operação?
  2. Escolha um ponto central para construção da narrativa – você vai focar na origem das receitas/do negócio, na comunidade em que está, numa lenda famosa? Aqui, as opções são inúmeras, tenha coerência!
  3. Agarre-se a uma identidade – se já a tiver construído, mantenha e/ou atualize, senão construa uma identidade (inclusive visual) em que tudo “se converse”: nome, logo, decoração, cardápio, tom de voz etc.
  4. Defina e repasse regras e orientações para a comunicação dos colaboradores – dos recepcionistas aos responsáveis pelo marketing, todos devem se posicionar da mesma forma
  5. Mantenha consistência em todos os pontos de contato – parece brincadeira, mas não é: até no banheiro, o cliente precisa se sentir conectado à história que o restaurante quer contar

E no dia a dia? Como aplicar o storytelling em restaurantes?

Cardápio, ambiente, atendimento, redes sociais e eventos são espaços abertos para transmitir uma identidade de marca sólida ao público-alvo e para a aplicação tanto do branding gastronômico como um todo quanto do storytelling, especificamente.

Vai usá-los? Comunique o que há de mais genuíno!

O cardápio pode virar uma experiência narrativa gastronômica

Em vez de só listar pratos e preços, aprofunde-se nas descrições de cada receita, seja contando sua inspiração/origem ou trazendo para o texto elementos que despertem os cinco sentidos do consumidor.

Risoto de cogumelos

 Direto da serra gaúcha, receita de risoto com cogumelos frescos e parmesão curado

X-salada da casa

 Hambúrguer artesanal com blend de carnes premium, alface e tomate da nossa horta!

Foto da internet para ilustrar um produto

 Fotografia oficial do prato, tirada e editada corretamente

Se você quer um cardápio vendedor, lembre-se: mesmo pequenos cuidados despertam uma enorme curiosidade e criam uma conexão imediata do restaurante com o cliente.

O ambiente diz muito sobre a identidade do restaurante

Cada elemento do seu espaço físico, se você trabalhar com atendimento em salão ou balcão, deve contribuir para a narrativa em construção: desde a decoração até o uniforme dos funcionários, passando pela música, os aromas e a apresentação dos pratos.

Se a proposta do negócio envolve um histórico familiar, retratos e objetos afetivos são muito bem-vindos.

Se está agarrada a uma cultura ou região específica, elementos decorativos específicos do povo ou do lugar precisam existir (e ser explicados/apresentados, seja por escrito ou no “boca a boca”) etc.

No mais, uniformes e trilhas sonoras que seguem a estética da marca também pertencem à narrativa, viu?

— “Ah, mas eu só vendo delivery!”...

Mesmo assim, o storytelling tem oportunidades incríveis de acontecer, como através de mensagens personalizadas na embalagem ou ilustrações exclusivas (às vezes capazes de dizer mais do que muitas palavras).

O atendimento é peça-chave do storytelling

Além de tudo, quem não veste a camisa, não conta uma história. Pelo menos não a ponto de fazer o cliente mergulhar nela!

Então, a equipe responsável pelo atendimento precisa acatar a ideia para agir de forma coerente. Cabe a você capacitá-los e treiná-los.

Garçons devem conhecer e saber explicar a origem dos pratos. Combinações devem ser sugeridas sempre acompanhadas da ideia de que há um propósito para os dois itens serem comprados juntos.

Pelo menos isso pra começar!

Aliás, essa construção prepara o cenário perfeito para eventos e ações promocionais, que também são oportunidades ideais de storytelling na prática, sabia?

Eventos e ações promocionais viram uma extensão do atendimento

Eventos e ações promocionais são outras ótimas oportunidades de aplicar o storytelling para restaurantes! Aqui estão algumas ideias:

  • Jantares temáticos – criam uma imersão completa na narrativa
  • Descontos temáticos – podem estar diretamente ligado ao storytelling, assim como a divulgação de combos especiais
  • Participação em festivais regionais – celebram a origem do negócio/dos pratos
  • Lançamentos de menus sazonais – permitem melhor apresentação dos personagens da história (sejam pessoas, insumos ou outro)
  • Encontros com produtores locais/Workshops com o(a) chef – fortalecem o protagonismo de quem está “por trás das cortinas”

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Finalmente, as redes sociais só existem porque dependem de boas histórias!

Ainda dentro da ideia de transmitir a proposta do seu negócio de forma genuína e ir construindo um vínculo com o público-alvo (leia “seguidores” também!), lembre-se da presença digital:

  • Mostre os bastidores da cozinha em stories do Instagram
  • Publique no feed sobre o preparo dos pratos e drinks
  • Apresente curiosidades sobre os ingredientes e as receitas
  • Compartilhe depoimentos reais de clientes que mencionem a conexão gerada
  • Conte das pessoas que fazem parte da história do restaurante

Você não precisa de conteúdos dramáticos, densos ou longos demais. Histórias curtas, mas reais geram engajamento e conexão suficientes, e os exemplos verídicos do próximo tópico são excelentes provas!

7 storytellings inspiradores da gastronomia

Aqui tem inspiração pra todos os gostos. Guarde na memória e, quem sabe, busque conhecer se ainda não conhece:

1. Outback

Exemplo de consistência, mesmo quando o storytelling é ficção, essa rede construiu sua narrativa em torno de uma hospitalidade australiana que só ela tem. Ambientação, atendimento e até nomes de pratos mantêm a fantasia viva.

2. Coco Bambu

Tem uma narrativa de abundância e acolhimento nordestino, e o atendimento familiar como um pilar de seu storytelling. A decoração remete ao litoral e o cardápio extenso sustenta a história de mesa cheia.

3. Carlos' Bakery

Esta é uma excelente história familiar que virou série de TV e fenômeno cultural. Buddy Valastro, o garoto que herdou o sonho do pai, leva esse storytelling mundo afora tanto na decoração quanto nas receitas e no atendimento.

4. Maní

O restaurante da chef Helena Rizzo traz uma narrativa de cozinha brasileira autoral, com ingredientes nacionais apresentados de forma poética e moderna. O storytelling aparece tanto no conceito quanto nas receitas decorrentes de constante pesquisa.

5. A Casa do Porco

Nada é mais evidente no já tradicional restaurante de Jefferson Rueda do que o storytelling de  valorização do animal que dá nome à casa, da terra e da culinária caipira. Cada etapa da operação e da produção reforçam a narrativa do ciclo completo do alimento.

6. Mocotó

Com um storytelling pautado pelo orgulho nordestino e pelo “fazer acontecer” em comunidade, o chef Rodrigo Oliveira transformou o restaurante de sua família em símbolo de afeto, território e culinária regional. Isso aparece em cada ponto de contato entre a marca e o cliente.

7. CoffeeLab

Um exemplo de cafeteria com storytelling bem construído (o de café como ciência e ritual), o CoffeeLab, em São Paulo, narra, em todas as oportunidades, uma história envolvendo métodos, pesquisa e precisão.

Seja como for, no fim das contas, o storytelling é, acima de tudo, sobre revelar com intenção aquilo que já existe num restaurante: as pessoas, as origens, os bastidores, os rituais, os pequenos detalhes que tornam o negócio único.

E isso vale ouro!

Conte sua história com verdade. Mostre seu propósito com constância.

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