Comida sensorial: o que considerar para fazer e servir

Neste artigo, você descobre mais detalhes sobre gastronomia e comida sensorial e vê dicas de como mexer com os cinco sentidos de quem visita seu restaurante.

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Prato de filé mignon ao ponto, acompanhado de molho, aspargos grelhados e batata gratinada, servido em um prato elegante, ideal para refeições refinadas.

Uma gastronomia sensorial é aquela cuja comida chega à mesa ou ao endereço do consumidor recheada de estímulos dos cinco sentidos, seja pelo capricho na apresentação, pela textura da embalagem ou do alimento, pelos aromas etc.

Sabe quando, só de olhar um cardápio ou uma vitrine, você já fica com água na boca imaginando a refeição? Ou quando você entra num estabelecimento e tem fome só por causa do cheiro, da decoração e assim por diante?

A experiência gastronômica sensorial começa aí – e se “desenrola” até o pagamento da conta!

Quer despertar os sentidos dos seus clientes desse jeito? Se sim, continue esta leitura para entender como aproveitar todos os recursos que estão à sua disposição.

Explicando o que é comida sensorial

Uma comida sensorial sempre vai despertar parte ou a totalidade dos cinco sentidos dos seres humanos: audição, visão, olfato, paladar e tato. Seus ingredientes têm propriedades específicas que impactam nesses sentidos ou têm o poder de carregar memórias afetivas, por exemplo.

Essa comida, então, pode ser um prato da sua mãe ou avó ou uma receita similar encontrada num restaurante, uma sobremesa com uma textura inesperada, uma bebida com três camadas diferentes de cores, um molho visualmente bonito servido à mesa pelo garçom (e cheiroso, além de tudo!)...

Ela transforma uma refeição em um momento inesquecível e não precisa de muito para se tornar realidade: pequenos ajustes em receitas, louças, embalagens e até na decoração e na música do estabelecimento podem ser responsáveis por fazer tudo acontecer.

Mesmo simples, a experiência sensorial muda o jogo

A experiência sensorial no foodservice eleva o valor percebido dos pratos e aumenta o tempo de permanência dos clientes no salão ou o desejo de pedir uma entrega sempre.

Além disso, é uma forma estratégica de você criar um posicionamento único para o seu negócio, destacando-o da concorrência: o consumidor deixa de ver o restaurante apenas como um “lugar para comer” e passa a enxergá-lo como um destino de vivência e prazer.

E, quando ele se sente envolvido por sabores, aromas, texturas e estímulos visuais cuidadosamente pensados, cria uma relação afetiva com o local. A força da lembrança que esse cliente tem da sua marca o faz voltar e indicar mais vezes.

Como aplicar a comida sensorial no seu restaurante?

Vá muito além de caprichar no sabor! Você consegue encantar o cliente com comida sensorial apostando em aromas marcantes, transformando seus pratos em verdadeiras obras de arte, surpreendendo com texturas e sons.

Paladar: surpreenda através do sabor

O doce, o azedo, o salgado, o amargo e o famoso “umami” – aquele sabor mais prolongado na boca, provocado pelo aminoácido “glutamato”, presente em carnes, queijos e outros alimentos – devem ser aproveitados e harmonizados.

Crie misturas de ingredientes que contenham dois ou mais desses sabores, use insumos regionais ou exóticos e ofereça releituras de pratos tradicionais.

Visão: transforme a apresentação em obra de arte

Salada fresca com camarão, folhas verdes, fatias de pepino e flores comestíveis, servido em um prato branco. Uma opção saudável e deliciosa.

Cores vivas, louças artesanais, flores comestíveis e uma montagem criativa valorizam os pratos.

Investir na apresentação é algo que “ativa” a visão e faz o cliente, justamente, comer com os olhos, percebendo mais qualidade e até tirando uma foto ou gravando um vídeo, quem sabe.

Olfato: aposte em aromas marcantes

Sabia que o olfato é um dos sentidos mais ligados à memória e que, quando estimulado na gastronomia, pode remeter a momentos importantes de afeto?

Experimente usar, nas receitas: alho dourado, ervas frescas ou especiarias aquecidas.

Tato: texturas são muito bem-vindas

	 Salada de folhas verdes com fatias de pêra, queijo feta, nozes e sementes, representando uma refeição saudável e nutritiva, ideal para uma alimentação equilibrada.

Você pode criar sensações únicas brincando com a variação entre crocância e cremosidade, firmeza e maciez, frio e quente etc.!

Aposte em contrastes: misture a cremosidade e o aveludado de um sorvete de amêndoas com a crocância de uma crosta de pistache, a leveza de uma salada de folhas verdes com o sabor marcante de uma granola salgada feita de forma artesanal ou a maciez do abacate com a firmeza de camarões empanados.

Audição: não deixe de considerar o som da experiência

O som também ajuda a compor a experiência do cliente e torná-la realmente diferente de todas as outras. Exemplos disso nas receitas são alimentos que “estalam” ao serem mordidos, como a casquinha crocante de um torresmo ou uma massa folhada bem assada.

Para além da comida, evite ruídos desagradáveis: troque talheres pesados e barulhentos por peças mais silenciosas e invista em uma trilha sonora que combine com o estilo da casa – assunto para o primeiro item do próximo tópico!

Mais 8 dicas de estímulos sensoriais na gastronomia

Diretamente ligadas ao marketing sensorial na alimentação, as ideias deste tópico podem ser usadas juntas ou separadas na busca por resultados ainda melhores na experiência vivida junto ao seu negócio. Perceba que elas vão além da comida!

1. Adeque a playlist da casa

Um restaurante de culinária japonesa pode ter uma música ambiente que transporte aos jardins de cerejeiras do país asiático, um restaurante de culinária brasileira não pode deixar de tocar MPB e assim por diante.

O som mexe com a imaginação, especialmente quando se trata de espaços temáticos, então, uma playlist criativa, conectada à proposta do seu estabelecimento, vai impactar igualmente na experiência.

2. Tenha uma recepção memorável

A recepção é o primeiro momento para encantar os sentidos de quem chega ao seu restaurante.

Mais uma vez, uma boa música ambiente (e que combine com o clima da casa) terá seu impacto positivo. Outras possibilidades: uma bebida especial de boas-vindas e um aroma marcante no ar que não anule ou prejudique o aroma da cozinha.

3. Conte histórias que sejam boas e verdadeiras

Imagine entrar pela primeira vez em uma pizzaria e encontrar o dono na recepção, contando como tudo começou ou como ele adaptou a receita da pizza da Nonna?

Imagine também ouvir, do garçom, um relato breve, mas interessante, de como a massa da pizza é feita, da colheita dos ingredientes na horta orgânica do bairro, da premiação recebida pelo vinho da casa…

E ler, num cardápio digital inteligente, descrições que têm storytelling, que satisfazem todas as dúvidas, que falam, justamente, sobre as texturas, os sabores, os contrastes!

Tudo isso é experiência sensorial.

4. Crie um cardápio sensorial

Para amarrar seu atendimento da melhor forma, implemente um menu capaz de informar aos clientes exatamente o que eles precisam saber sobre os sentidos que serão despertados durante a refeição – já ativando cada um desses sentidos através de textos, imagens, vídeos etc.

Ao criar um cardápio digital, por exemplo, você dá o start na venda da comida sensorial, (inclusive, aumentando o ticket médio porque vende!), através fotos reais e em alta resolução para todos os produtos, descrições completas, etiquetas sinalizadoras de novidades, indicações da casa e outros.

Nesse tipo de tecnologia de restaurante, também dá para deixar o consumidor sabendo, logo de cara, quais receitas se encaixam em dietas veganas, vegetarianas, sem glúten e outras.

5. Comunique-se através das cores

As cores têm a capacidade de despertar os sentidos e as emoções, aumentando ou diminuindo o tempo de permanência do cliente na casa.

O branco remete à limpeza e pureza. O roxo traz referência de luxo. Já o verde lembra frescor e natureza ou leveza. Mais informações sobre o tema, você confere em outro artigo aqui do blog: em seguida, conheça a psicologia das cores que dão fome!

6. Cuide da temperatura

Por mais calor que esteja, se possível, sempre disponibilize ao consumidor a opção de escolha entre um espaço com ar-condicionado ou vento batendo e um espaço de temperatura mais amena.

Para os dias frios do inverno, aposte em aquecedores a gás espalhados pelo restaurante ou mantenha as janelas fechadas – sem impedir a circulação de ar!

7. Acolha através da iluminação

Mais do que apenas uma questão funcional, a forma como a luz é distribuída no ambiente de um restaurante influencia no humor do cliente, no apetite e até na percepção dos sabores.

Uma iluminação quente e difusa torna o espaço mais acolhedor e relaxante, por isso, é altamente indicada.

Agora, não deixe de direcionar lâmpadas especificamente para cima da mesa, por exemplo, se quiser destacar detalhes dos pratos, valorizando suas cores e texturas, aguçando o olhar e preparando o paladar.

8. Mexa na decoração, se necessário

Caso você considere válido, última dica: mudar os móveis, os tecidos das toalhas ou dos jogos americanos e outros itens de decoração.

Cadeiras confortáveis, tecidos agradáveis ao toque e elementos capazes de transmitir sensações agradáveis durante toda a permanência do cliente no seu estabelecimento interferem no estado emocional tanto quanto os outros aspectos abordados no decorrer deste artigo.

Lembre-se: sua missão é proporcionar boas memórias através da comida e de tudo o que tem a ver com ela.

Boa sorte no processo! 

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